Sexo cibernético
Já foi salientado que as relações sexuais não implicam penetração. Contudo, as novas tecnologias (telefone, internet, webcam…) tornaram possível uma relação sexual sem contacto físico. Às vezes o contacto é reduzido apenas à voz, e às vezes nem sequer isso. Trata-se de uma presença crescente do cibersexo, ou seja, contatos sexuais predominantemente anônimos ou de socialização que se realiza on-line através de chats e webcams. O anonimato, a acessibilidade ao namoro barato e fácil, a sexualidade e o contato romântico on-line rapidamente se tornaram populares.
A diferença entre cortejar alguém ao vivo e flertar on-line é principalmente no anonimato (que muitas vezes leva tanto tempo quanto o próprio contato, sem a intenção de descobrir a verdadeira identidade), e o contato é mais intenso e se desenvolve mais rapidamente. A razão está no próprio anonimato, que garante a uma pessoa que ela não sentirá desconforto se for rejeitada, ou se ela se encontrar novamente. Não há vergonha, não há risco. Assim, o namoro pode muito rapidamente evoluir para um sexo online aberto, com muito pouca informação sobre a pessoa “do outro lado do computador”
Chats entre pessoas estão cheios de alusões sexuais. Às vezes são utilizados textos pré-preparados – esboços para conversas. Muitas vezes uma pessoa se retrata como bela, atraente e liberal em termos de sexualidade, imaginativa, ativa, confidencial, sensata ou romântica – enquanto que na realidade as coisas são diferentes. Não é raro uma pessoa declarar que é de certo sexo ou orientação sexual, mesmo que isso não seja verdade. Os conversadores quase sempre escolhem pessoas de um sexo apenas para conversar, ou seja, aqueles com quem sentem que podem ter uma conversa sexual. O anonimato aqui encoraja o comportamento que muitos nunca ousariam na realidade. Os locais habituais para sair, como cafés e discotecas, estão cheios de jovens que não se atrevem a dar um olhar de saudade ou significado a outra pessoa, ou qualquer outra “dica”, enquanto que nos cyber cafés, eles iniciam as propostas eróticas mais audazes.
As salas de bate-papo dos membros privados tornaram-se e-bedrooms, onde as pessoas se envolvem nas fantasias mais ousadas, sem sair de casa ou tirar a roupa. No cibersexo, não há risco de doenças sexualmente transmissíveis ou de fracassos sexuais. Incentivadas por isso, as pessoas são livres para experimentar sua sexualidade.
O que torna o cibersexo essencialmente inadequado é que ele: 1. promove a comunicação que não é baseada na verdade; 2. entorpece as habilidades de cortejar e sedução no mundo real; 3. desenvolve a dependência deste tipo de comunicação, a manifestação da sexualidade e a satisfação do impulso sexual.
Sinais que indicam a adição de uma pessoa ao cibersexo:
– você passa muito tempo no chat, especialmente em salas de chat relacionadas a temas sexuais;- você considera usar a Internet para estabelecer relações sexuais;- tudo era uma coincidência no início, mas agora você procura ativamente tal situação sempre que está online; – o anonimato o desperta, talvez até mais que um contato pessoal;- você imagina se masturbar, ou se masturbar quando está online;- você se sente impaciente enquanto está offline e quando não está tendo “conversas sexuais”;- você mantém contato com uma ou mais pessoas no chat e organiza regularmente conversas com elas;- você fica claramente excitado sexualmente durante tais conversas;- você tenta fazer mais contatos com essa pessoa por sms ou e-mail;- você sugere, ou aceita, uma oferta para usar uma webcam durante o chat, com o propósito de excitação e/ou masturbação conjunta;- você esconde alguns ou todos os detalhes sobre esses contatos dos seus amigos, e especialmente do seu parceiro;- você se sente culpado ou constrangido com isso.